quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

ANO NOVO E A FELICIDADE

A cada novo ano prometemos e esperamos por mudanças. Desejamos e recebemos votos de que ele seja repleto de felicidade, alegria, amor, saúde, paz e prosperidade. Uma vida feliz.

Não bastam somente os votos recebidos são necessários nossa vontade e merecimento para tê-los como realidades em nossas vidas. Eles não virão a nós por si só ou num passe de mágica.

Cosmicamente está decretado que nascemos para sermos e estarmos felizes sempre. Mas, a Felicidade tem que ser buscada. Essa busca é própria de todos nós independente da raça, religião, cultura ou classe social. “A busca da felicidade é parte integrante da natureza humana e se confunde com o instinto de sobrevivência” explica Serge Toussaint. Mas, o caminho é individual e o faremos bem se estivermos sozinhos. “Para mim o próprio objetivo da vida é perseguir a felicidade. Isso está claro. Se acreditamos em religião ou não; se acreditamos nesta religião ou naquela; todos nós estamos procurando algo melhor na vida. Por isso, para mim, o próprio momento da nossa vida é no sentido da felicidade...” S.S. Dalai Lama.

Onde encontrar a felicidade? sua natureza é material ou uma essência?

Conta uma lenda antiga que os deuses se reuniram e resolveram criar o homem e a mulher inspirados nas imagens deles próprios. Aí um deles disse: ‘se vamos criá-los a nossa imagem e semelhança, corpo e inteligência iguais a nós, então, estaremos criando novos deuses. Temos que pensar em algo que nos diferencie. Temos que tirar algo deles. ’

Pensaram muito e concluíram que deveriam tirar-lhes a Felicidade. ‘tiraremos a felicidade e a esconderemos na montanha mais alta’. Alguém disse: ‘não adianta, a eles daremos força, um dia um deles escalará a montanha e a encontrará. ’ ‘que tal no fundo do mar?’ sugeriu outro. ‘também não é um bom lugar, com a inteligência dada algum sábio fará uma máquina de submergir e a resgatará. ’ ‘em um planeta distante?’ ‘não, a curiosidade os levará a ultrapassar os limites estabelecidos e construirão uma máquina de voar. ’

De repente o único deus que permanecera calado falou: ‘creio que já sei onde devemos esconder a Felicidade. Num lugar onde eles nunca descobrirão. ’ Espantados todos o encararam perguntando: ‘onde?’ A resposta foi: ‘dentro deles, passarão a vida inteira procurando-a lá fora e nunca a encontrarão. ’

Conclusão: o homem passa a sua vida procurando a felicidade ao seu redor sem saber que ela mora dentro dele.

Na vida o contentamento e a alegria são difíceis de manifestarem por estarem soterrados pelas emoções negativas: ciúme, inveja, raiva, medo etc. Com tais emoções construímos muros, muralhas que nos aprisionam, nelas erradamente muitos se fecham em uma vida amarga e triste.

Pema Chödrön, monja budista, em seu livro ‘Os lugares que nos assustam’ relata que a felicidade deve ser cultivada, que a vida deve ser trabalhada como um jardim, no qual veremos nascerem flores onde antes existiam somente pedras. Nas dificuldades do cotidiano devemos sempre nos regozijar com as pequenas dádivas da vida. Comportamo-nos como cegos e não vemos a nossa própria sorte, não agradecemos aquilo que recebemos ‘a felicidade chega tão de mansinho que nem mesmo a notamos’ diz ela. Estamos preocupados demais com o quê não temos ou não somos.

O segredo é estarmos sempre conscientes e gratos à vida normal, ligados no momento presente e atentos aos detalhes por menores que sejam. ‘Ao cuidarmos de coisas normais – nossos potes e panelas, nossas roupas, nossos dentes -, nós nos rejubilamos com elas. Quando lavamos um legume, ou penteamos nosso cabelo, estamos expressando apreciação: amizade para conosco e para com a qualidade viva que se encontra em tudo. Essa combinação de consciência plena e reconhecimento nos conectam totalmente com a realidade e nos traz alegria’ (Pema Chödrön). E a partir desse entendimento pessoal é que adquirimos um reconhecimento maior daquilo que nos cerca, a natureza e as pessoas.

Sabemos que as emoções negativas são destrutivas e impeditivas para uma vida alegre. Devem ser abandonadas ou transmutadas em emoções positivas, aquelas que realmente constroem uma vida feliz e saudável. Se cultivar rancor ou inveja em relação a uma pessoa, basta uma só, jamais encontrará a verdadeira felicidade, temos que aceitar e nos alegrar com a felicidade dos outros.

A essência da verdadeira felicidade só será encontrada quando também procurar a sua conexão com o seu lado divino, momento da procura do verdadeiro significado da vida ou o profundo sentido de sua existência terrena.  Estaremos na busca da felicidade que transcende este plano.

Assim ‘no absoluto podemos dizer que a felicidade é o estado ideal que todo indivíduo vive quando está feliz em todos os planos do seu ser e em todos os aspectos da sua vida’. Caso contrário, viveremos apenas momentos de felicidade, isto é, prazeres e alegrias temporários. A felicidade plena nos faz entender e amar a vida presente, nosso suporte terreno para a nossa evolução espiritual.

Que 2012 seja um ano repleto de vibrações felizes! FELIZ ANO NOVO!

(texto publicado em janeiro de 2011, no Jornal Tá Na Mão)


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

NATAL


      “Não se trata apenas da celebração tradicional do nascimento da Divina Criança, mas também do nascimento simbólico da Consciência Crística, ou Iluminação, em cada um de nós”, Nita Siegman, estudante rosacruz.

   
   A cada ciclo anual quando nos aproximamos do seu final, somos invadidos por uma antiga sensação interior e velhos odores externos, precisamente no mês de dezembro. Um clima agradável toma conta de todos e de tudo que se transformam e nos sentimos maravilhados, está chegando o dia do Natal. Essa sensação que nos acompanha desde criança sempre foge à compreensão, pois agimos racionalmente e não nos deixamos levar pelo lado mais sutil que, está além da nossa imaginação.

   Sentimos no ar que o mundo mudou, há esperança, fé, contentamento, felicidade e paz a nossa volta. É semelhante a um estado líquido no qual estamos mergulhados, a paisagem apesar de ser sempre a mesma do dia a dia, um tanto esfumaçada, se reveste com cores especiais, e as pessoas assumem uma expectativa de festas e paz. É a mágica do tempo de Natal.

   O Natal é sentido e vivido no mundo exterior (exotérico) da vida social e cultural e o no mundo interno (esotérico) dos sentimentos mais puros que carregamos, de reverência pelo lado Sagrado da data religiosa e mística, na qual se celebra o nascimento do Mestre Jesus, o Cristo, no dia 25 de dezembro.

   O simbolismo e os seus significados dessa data têm levado muitos estudiosos a se debruçarem na busca de seus verdadeiros sentidos que, se perderam através dos tempos à medida que se distanciava do cristianismo primitivo, ou do cristianismo puro ensinado pelo Mestre aos seus discípulos que, foram depois no decorrer dos anos seguintes, moldados às conveniências dos homens e suas vontades terrenas, mudando aspectos de uma história eterna e esquecendo-se os seus nobres valores propostos pelo Mestre.

   À medida que me intero dos diversos significados simbólicos do Natal, vejo-o na sua simplicidade e grandiosidade para a humanidade. Vejo a riqueza dos ensinamentos.

   O menino Jesus nasceu em Belém, em hebraico ‘beith-léhem’ que traduzido é ‘a casa do pão’. Disse o Mestre: ‘eu sou pão da vida... ’.

   Na narrativa do Nascimento as figuras dos magos, que a tradição popular elevou a condição de ‘reis’, pertenciam a uma casta sacerdotal, sabiam sobre medicina, astronomia (astrologia) e ciências divinatórias. Segundo o evangelista Mateus, eram estrangeiros de grande importância, cujo país de origem suscita discordâncias. Seus nomes foram-lhes dados pelo escritor inglês Beda (673-735 d.C): Gaspar, Melchior e Baltazar. São três pela tradição da igreja latina por causa dos presentes (ouro, incenso e mirra), contudo julga-se que eram doze, pelas igrejas sírias e armênias.

   Foram eles enviados secretamente por Herodes que, se sentia ameaçado pelo poder profético de um novo líder, para buscarem o local e quem era o menino, seguindo os sinais nos céus, pois ele também queria render suas homenagens e oferendas. Estes se encontrando com recém nascido, tomaram sabiamente outro caminho, da vida espiritual, não deixaram se enganar pelo fascínio materialista exercido por Herodes, nada lhe relatando.

   Os bens matérias oferecidos como presentes e sua interpretação usual: “ouro exprime confissão ao reconhecimento da realeza de Jesus, o incenso de sua divindade e a mirra de sua humanidade”, Carlos Torres Pastorinho.

   O mesmo escritor nos dá também o significado místico, mais profundo: “o ouro representa a Luz e, portanto a Sabedoria; o incenso é a devoção pessoal a Deus e aos homens, que espalha o ‘bom odor’ do espírito às criaturas; e a mirra é o consumir-se para beneficiar, isto é, sacrifício e renúncia ao próprio eu. No entanto, a sabedoria consagrada a Deus e consumida em benefício dos homens, trás sofrimento porque obriga a criatura a permanecer no cárcere da matéria; a mirra sugere o sacrifício e a renúncia total de todos os bens, inclusive do próprio eu personalismo”

   Assim deve agir o Novo Homem se quiser entrar o contato com o seu Eu Interior, seu Mestre ou seu Cristo Interno que nasce todo dia na manjedoura (coração) instalada em seu peito (presépio), recebendo a verdadeira Luz irradiada pelo Criador.

   Que a humanidade seja abençoada pela Luz e a Energia do Natal que nesta época pulsam sempre mais forte e poderosa. Pois ELE está entre nós.

FELIZ NATAL!

(artigo publicado no jornal Tá Na Mão, Fernandópolis, SP, Edição de Natal em 17 de dezembro de 2011)




domingo, 18 de dezembro de 2011


Catavento não enrola
Se pedir para ir rápido
Irei,
Quando estiver lá
Estarei cá,
Tão rápido
Que quando voltar
Estarei lá
E cá.

Como catavento que rola
Ao sabor do vento
Irei encontrar
A cada volta
Que der
Você.
Você
Que está lá
E cá,
Dentro de mim
E fora de mim
Fazendo-me girar
Como catavento que roda.

Eu e o catavento
Usaremos o ar
Que você
Respira para girar
Não importa
Distância
Ou onde estás
Para ficar
E cá
Como o vento.



(do livro "Catavento")

terça-feira, 13 de dezembro de 2011


ECOLOGIA INTERIOR

Você está preocupado com o meio ambiente? Se a resposta for afirmativa é sinal de preocupação com o seu futuro, dos seus filhos e netos sobre a Terra. Assim como você há milhões. Cria-se um sentimento de amor ao Planeta, respeito e zelo, não só com o nosso habitat, mas também aos demais reinos.

Existe um modelo padrão para a redução do lixo doméstico, industrial, comercial etc. São ações conhecidas pelo nome de: 5 R’s, a saber: Repensar (consumir só produtos necessários), Reduzir (pensar bem antes de comprar), Reutilizar (comprar produtos de embalagens reutilizáveis), Reaproveitar (as embalagens você mesmo) e Reciclar (consumir produtos de materiais reciclados ou que possam ser reciclados).

Para solidificar as ideias acima, do agir ecologicamente correto, o ser humano deve promover concomitantemente algumas alterações no seu ser físico e em seu íntimo. Deve reprogramar-se e praticar uma Ecologia Interior.

Sobre o maltrato a que nos submetemos, Frei Betto faz uma citação que serve para uma profunda reflexão: “Por um minuto, esquece a poluição do ar e do mar, a química que contamina a terra e envenena os alimentos, e medita: como anda o teu equilíbrio eco-biológico? Tens dialogado com teus órgãos interiores? Acariciado o teu coração? Respeitas a delicadeza de teu estômago? Acompanhas mentalmente teu fluxo sanguíneo? Teus pensamentos são poluídos? As palavras, ácidas? Os gestos, agressivos? Quantos esgotos fétidos correm em tua alma? Quantos entulhos - mágoas, ira, inveja - se amontoam em teu espírito?”.

Ao nosso ser físico, mental e espiritual devemos dar a devida atenção ecológica, aplicando as mesmas ações para nos limpar e conhecermos melhor e, aos outros seres ao redor. Silêncio, Meditação e dedicação serão necessários na aplicação da Ecologia Interior, pois é o conhecer-se a si mesmo. É a consciência de buscarmos o Sagrado em nós que seremos transformados. Essa busca é um antigo desejo latente e hoje, mais do que nunca, se faz urgente pelos atuais estados críticos das nossas ‘casas’.

Resumidamente ficaria assim os 5 R’s: “Responsabilidade (com a comunidade planetária e também plena expressão de sua própria essência). Redução (de pensamentos, sentimentos e atitudes egoístas/excludentes). Reutilização (de pensamentos, sentimentos e atitudes construtivas, mas “engavetados” em alguma parte do Ser). Reciclagem (de pensamentos, sentimentos e atitudes que inibem, de forma compulsiva, a manifestação da VIDA em sua vida). Revolução ética (vivência, no dia a dia, de novos padrões de conduta na sua vida pessoal, familiar, profissional e em sociedade)” - Simone Silva Jardim, estudante rosacruz.

Aí sim, teremos condutas e seremos verdadeiros cidadãos do mundo, cuidando da nossa casa (o planeta), do nosso templo (o corpo e mente) a morada da centelha divina (a Alma). A verdadeira Ecologia só acontecerá se houver perfeita e respeitosa harmonia no relacionamento do ser humano com a natureza, uma sustentabilidade irmã e amorosa.

Não adianta sensibilizar-se somente com o mundo exterior porque poderá nos causar desconfortos futuros. O nosso mundo interior não nos causa também grandes desconfortos e dores? Pense!


(artigo publicado no Jornal 'Tá na Mão' - Fernandópolis, SP, em 22.10.2011)


terça-feira, 6 de dezembro de 2011



O jardim e o céu conspiram
Trabalham dia e noite
Nos enfeites,
Cobrir o mundo de cores
Espalhar os perfumes das flores
Acender as luzes das estrelas
Fazer brilhar o reflexo da lua
Apaziguar o sol
Preparar os corações
Para o Natal.
É dezembro.

(do livro - Poemas Menores)


COLORINDO

Uma folha em branco
Algumas cores dos lápis
Uns desenhos definidos
Um colorido alegre
Pronto, está feito um dia diferente.
Sua vez tente!

Um risco reto
Revela os sentimentos
Inconfessáveis e tortos.

O lápis desliza
Levado pela brisa
Soprada pelos pensamentos,
Num risco torto,
Negro, forte na folha branca
Traçado por uma mão
Invisível que vem de dentro
Os símbolos para serem desvendados.

Uma folha em branco
Diversos lápis de cores
Um desenho saindo do nada
A folha se enchendo de luz
Parece dizer: amanhece
Dentro do arco-íris
Que mora na folha
Que vem dos lápis de cores.

(do livro - Poemas Menores)


sexta-feira, 25 de novembro de 2011


Uma desconfiança.

            Recordar é reviver. Relembrar fatos e acontecimentos passados é montar o quebra-cabeça do tempo. 
               Nossas vivências do que éramos quando crianças, embasaram a nossa formação como pessoa e se consolidou no ser adulto que somos.
            O prazer de estudar, de ler, de conhecer aquilo que nos rodeia, sempre esteve presente no ser humano. O prazer de conhecer vem da curiosidade natural e o homem é um inquiridor a todo instante, pergunta sobre tudo e vai atrás de uma resposta que o satisfaça.          
            Atualmente este prazer de desvendar o desconhecido está no fim? Se observarmos atentamente aqueles que nos rodeiam, teremos uma resposta triste, na grande maioria das pessoas este prazer pelo conhecimento, morreu ou está morrendo.
            Não se cultua, ou se cultua é muito pouco, o amor ao sagrado da educação. Hoje, ninguém passa em frente a uma escola e se arrepia em reverência. Foi ali, naquele prédio, numa sala de aula que aprendeu a ler. E aprendendo a ler adquiriu um saber, um conhecimento e pôde então abrir as portas de um novo mundo.
            Ninguém mais quando encontra seus mestres sentem seus olhos se encherem de lágrimas e uma vontade terna de os abraçarem. Ninguém mais exerce o sentimento de gratidão. E, parece que pouquíssimas são as pessoas em nosso país, preocupadas com a escola, com os jovens, com o quê se ensina e se aprende nas salas de aulas.
            Existe em mim uma desconfiança que, nem todo jovem têm interesse em aprender. Muitos estão preocupados com imediatismos e modismos, fazendo da escola obrigatória e funcionários, os seus sacos de pancada por tomarem o seu tempo. Depredam as paredes e os vidros, sujando-as, quebrando as cadeiras e carteiras, enfim, enfeiando aquilo que deveria ser um lugar de respeito e que deveria ser um lugar sempre limpo.
            Mas o que mais dói, é a mais completa falta de respeito àqueles que ali estão para ensinar, passar conhecimentos. Meros fantoches, que às vezes estraçalham suas cordas vocais pelos berros para tentarem se imporem, tentar restaurar a autoridade usurpada de maneira leviana e inconsequente.

            A verdade é que se instala nas escolas, infelizmente, a cor de uma nova era que está nas mãos dos estudantes, são jovens e serão os adultos responsáveis pelo bom futuro dos seus filhos e netos. Se assim continuar, o quê eles quando forem adultos terão para se recordarem?


sábado, 19 de novembro de 2011



O LIVRO DO DESTINO


Você já ouviu: quando nascemos somos um livro de páginas em branco a serem preenchidas. Ou, tudo está devidamente escrito, mas alteraremos no uso do livre arbítrio. Ou, nada sabemos, somos uma tábua rasa, aprenderemos.

Ou como no filme ‘Os agentes do destino’: o livro está escrito, os caminhos foram criados pelo Divino, e Este e os seus agentes ‘anjos’ poderão se necessário, redesenhá-lo.

O Livro do Destino é uma metáfora nos ensinamentos de diversas tradições que transmitem valores positivos.

O buscador sincero sabe que a alma humana não pode se desvincular do seu destino cósmico. Há o decreto divino: a todo instante é nosso dever buscar aproximarmos da Perfeição, da Inteligência Divina. Levaremos diversas vidas para atingi-la, mas teremos que alcançar tal estado, queira ou não. Tal empreitada é difícil, no desenrolar da vida ‘temos o direito e o dever de escolher o caminho que tornará esse retorno possível’ (Christian Bernard, estudante rosacruz). Agindo com retidão estaremos aptos a ‘aplicar positivamente nosso livre-arbítrio às situações que se apresentam diariamente na nossa existência’. Escreveremos assim as páginas de uma história feliz.

Malba Thahan (Júlio César de Mello e Souza) nos legou um conto maravilhoso, verdadeira parábola: ‘O Livro do Destino’ no seu livro ‘Céu de Allah’.

...O narrador encontra perto de Damasco um velho árabe, chama-lhe a atenção o modo como ele falava aos mercadores e peregrinos. Gesticulava e praguejava sem parar. Quando censurado, exclamava ‘apertando entre as mãos o turbante esfarrapado: Mak Allah! Ó muçulmanos! Eu já fui poderoso! Eu já tive o Destino nesta mão!’

Ninguém acreditava, tomavam-no por louco. Ele era de difícil trato, irascível, mas com jeitinho e ternura o nosso narrador ganhou a sua confiança. E ele contou-lhe:

‘Segundo o Corão’... No grande Livro do Destino há uma página para cada ser humano com tudo de bom ou mal que irá lhe acontecer. Aliás, tudo está escrito nele, um registro da vida de todos e de tudo sobre a Terra, ‘desde o cair de uma folha seca até a morte de um califa’.

Certa vez salvei um feiticeiro das mãos de impiedoso beduíno e como recompensa deu-me uma pedra negra, pequeníssima, um talismã raríssimo que permitia a entrada livre ‘na gruta da Fatalidade’ onde se encontra o Livro do Destino.

Durante anos viajei até o alto da montanha de Masirah, local da gruta, guardada por um gênio bondoso que vendo o talismã me deixou entrar, podendo ficar lá alguns minutos.

E eis o Livro, bastava acrescentar na minha página ‘será um homem feliz, estimado por todos, terá muita saúde e dinheiro’.  Mudaria minha vida. Contudo, aventurei a olhar as páginas de meus desafetos e movido ‘pelos mais torpes sentimentos’ de ódio e vingança, acrescentei às suas páginas meu desejo de infelicidade, doenças e tormentos.

‘E na tua vida?’ perguntou o narrador, ‘acrescentou tudo de bom que querias?’

Preocupado ‘semeando infortúnios’ aos outros esqueci inteiramente de mim, quando me dei conta, tinha vencido o tempo, retiraram o talismã e fui atirado para fora da gruta. E hoje sou o que sou!...

Caro amigo, como se dedica a escrever a sua página no Livro da Vida? Cuidas bem de você ou estás preocupado em demasia com a vida dos outros?

(texto publicado no jornal Tá na Mão, Fernandópolis, SP, 19/11/2011)




domingo, 13 de novembro de 2011


‘A arte é uma colaboração entre Deus e o artista, e quanto menos o artista participar melhor’. André Gide.

O ser humano é criativo, somos mestre na arte de criar. Alguns poucos se apercebem de seus dons, enquanto a grande maioria não e sofrem por isso. Somos todos criativos, onde viver, por si só, já exige criatividade a todo instante no aqui e agora, embora não percebamos. Fazemos escolhas para cada situação apresentada pela vida, temos que ser criativos nas escolhas, precisamos saber escolher a melhor.

‘O ser humano é artista atuante no palco da vida’ Ana Gomes, estudante rosacruz. A todo instante cria pontes para o futuro, existe para tanto uma sublime ligação com a Fonte Infinita, um verdadeiro arquivo de tudo existiu, existi e existirá. Vêm desta conexão os lapsos criativos, é quando nascem as obras de artes: poesia, escultura, música, arquitetura, engenharia, literatura etc.

O ser humano ainda não atingiu a sua forma final, ele é um ser em constante transformação, uma ‘obra inacabada’, habitando um mundo que também muda à medida que surgem novas ideias criativas e construtivas. As evoluções do homem e do mundo se iniciaram nos primórdios da humanidade, quando nossos antepassados habitavam nas cavernas. As provas estão representadas nas pinturas pictóricas feitas nas rochas das paredes das grutas. ‘Por volta do ano 40.000 a.C, durante o Paleolítico Superior, os seres humanos realizavam suas primeiras incursões artísticas como, por exemplo, as pinturas rupestres’ José Eliézer Mikosz, estudante rosacruz. Apesar da rusticidade, primitivismo, elas são consideradas as primeiras obras de artes da humanidade. Os primeiros lampejos da criatividade ali estão, são eles os registros na máquina do tempo da história humana.

O vocábulo criatividade tem na sua formação a raiz latina ‘creare’ – ‘dar a luz, engendrar, produzir e pode ser considerada mágica’. O ser criativo está sempre processando uma energia subconsciente que é geradora de um produto final, às vezes, invisível, ou seja, ele era impensável, mas seu talento ou seu dom transforma essas energias em objetos no mundo da matéria, assim como um marceneiro ‘cria’ da madeira bruta os seus artigos ou utensílios. Ou, como o que escultor ‘liberta’ do bloco de mármore um anjo ou um rosto. Sabia conscientemente em seus pensamentos criativos o que procurava sem, contudo saber a sua forma real no mundo objetivo. Aristóteles sabiamente dizia que ‘a finalidade da arte é dar corpo à essência secreta das coisas, não é copiar sua aparência’.

O artista em contato com a Fonte sentirá que tal ‘atividade pode inundá-lo com um sentimento de prazer e felicidade de ter feito um trabalho bem feito’, um mestre rosacruz. Verá no seu trabalho final uma obra de arte, a qual por ser de natureza construtiva existe nela uma essência emanada de algum lugar, um nível superior que a torna perfeita. E que tal energia, ou essência passou por ele que a trabalhou com grande prazer. Às vezes alguns artistas encontram o verdadeiro êxtase dentro do seu processo criativo, conseguindo isolar-se completamente. Sentiu que esteve unido com uma Inteligência Superior, Cósmica. É dessa relação que se diz que a arte tem e é uma estreita relação entre Deus e o artista. Ou, Deus trabalhando no mundo da matéria pelas mãos dos homens. ‘O simbolismo e as artes visuais têm sido usados como um meio de ligação ao espiritual desde a mais remota antiguidade’ José Eliézer Mikosz. Conseguem o autor e sua obra expandir mais Luz e mais esperanças para as pessoas. Quem nunca se sentiu ‘tocado’ por uma obra de arte? Se ainda não, experimente ter uma relação mais atenta, mesmo que seja uma simples gravura, uma boa música, uma escultura etc. deixe-se sentir essa atração.

A lei suprema da arte é a representação do belo’, frase de Leonardo da Vinci.  Em qualquer obra a arte deve, como em sua definição primeira, ser aquilo com o que se deseja exprimir, ou fazer manifestar de maneira perfeita a representação do belo. Essa manifestação artística tem que ser envolvente e ‘causar no ser humano um estado de sensibilidade e de atenção ligado ao prazer estético’ – Serge Toussaint, estudante rosacruz, existe uma ligação sensitiva prazerosa na percepção daquilo que é belo, bonito, ou que atenda a nossa noção de beleza dentro do padrão de estética estabelecido.

‘A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível’. Leonardo da Vinci – sintetiza a resposta quando queremos decifrar de maneira racional uma obra. A maneira de se penetrar em uma obra para senti-la em toda a sua grandeza é deixar-se envolver, deixando a mente focada somente no objeto e de preferência perder aos poucos o contato físico com o ambiente ao redor. Somente assim poderá ser captado num vislumbre aquilo que o artista quer dizer, só o nosso eu interior é capaz dessa sintonia fina que poderá dar o significado impresso e exprimido pelo artista.

Certa vez um artista indagado sobre o quê queria dizer com sua obra, respondeu que aquilo que queria dizer era exatamente o que estava representado ali.

Mas também há de ver que certas obras e artistas tentam passar um tom falso. Atualmente vemos florescer pseudos-artistas e obras. Pois, não atendem ao princípio de que arte é representativa da beleza, se preocupam apenas com os modismos passageiros ou formas de expressão criando algo distante do padrão estético, para ser definida como arte. ‘Barulho não é música; borradela não é pintura; trituração não é escultura; pulação não é dança’. Serge Toussaint, estudante rosacruz. Tratam de obras em que só há a participação do homem.


 (artigo publicado no Jornal Tá na Mão -  Fernandópolis - SP - em 21 de agosto de 2011,)



segunda-feira, 31 de outubro de 2011


CASA DE VIDRO


Entre em casa, feche todas as portas,
Ande pela sala, feche todas as janelas.
Passeie pelos quartos
Estanque todas as suas emoções.

O mundo acontece lá fora, e de nós.
Será que eu preciso acontecer?
O mundo faz e traz as notícias ruins e boas,
Que lemos nos jornais e vemos nas  tevês.
Somos obrigados a fazer acontecê-las dentro de nós?

Moro em uma casa de vidro,
Está translúcida, está opaca, embaçada,
Manchada pela poeira que cobre o mundo.
Já não consigo ver as belezas do planeta,
Já não consigo sentir o calor do sol
Filtrado irregularmente pelos vitrais.

Moro em uma casa de vidro,
Um labirinto hermeticamente fechado,
Trancado pela força dos quatro elementos.
Tento me proteger.
Mesmo assim o mundo exterior flui
Para dentro. Não há como fugir.
Melancolicamente espero separar o joio do trigo.
Pôr sobre a mesa aquilo que me fortaleça.
Encontrar o elo perdido da leitura,
Que foi excluída, banida
E posta na prateleira
Dos livros proibidos, por serem sábios demais.

Moro em uma casa de vidro,
Com alarme, cerca elétrica, câmeras de vídeos.
Fico perdido na imensidão da solitária,
Cercado pela vastidão dos informes diários.
Notícias dos jornais, revistas, internet.
Terei que ser monástico, fechando as portas
Internas e externas do meu ser para a tribo global?

Seria isto o apocalipse individual.
Ou, devo mudar-me para longe? Viver livre,
Ao pé de algum monte, cercado de verde, flores e animais,
Sentindo o cheiro do chá mate na xícara,
Saborear o pãozinho quente com margarina,
Sentir em paz comigo, com os vizinhos e com o mundo.
...Que hão de proteger...
A mim e os meus sonhos.
E haveremos de proteger
A nós e ao mundo.

O menino que mora dentro mim
Com seus dedinhos desenhou um círculo
No vidro da janela do meu coração.
A grandeza do mundo adentrou,
Desenhando no chão um espectro de luz.
O olhar curioso do homem que habita em mim,
Vislumbrou lá fora o pôr-do-sol.
E viu que o mundo conturbado ainda é bonito,
E viu que o mundo maculado ainda é puro,
Que as pessoas carregam dentro de si a esperança,
O sorriso e muita força para a luta. Ele viu
Que junto á fumaça cinzenta,
Ainda existem arcos-íris de sentimentos puros
E muito humanos.


Embora minha casa de vidro seja frágil,
O homem que habita em mim,
Precisa olhar com os olhos do coração,
E escutar com a alma este mundo agonizante!
Ser suficientemente forte e capaz de lutar,
Para que haja PAZ
Dentro e fora da casa.


(in livro: "Porteiras", Editora CBJE, pgs. 29 e 30, maio de 2010) 


segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Outros planetas outras vidas

Aceita o universo
Como to deram os deuses.
Se os deuses te quisessem dar outro
Ter-to-iam dado.

Se há outras matérias e outros mundos –
Haja.

(Alberto Caeiro – Fernando Pessoa)


“Não é concebível que somente o nosso pequeno globo tenha sido destinado ao fenômeno da vida. No tempo eterno certamente existem sistemas solares que também formam locais adequados à manifestação da vida e da inteligência”. Um ensinamento Rosacruz.

Você já se pegou olhando para o céu em noite escura e sem nuvens, estando no campo longe da cidade? Quantas estrelas você conseguiu contar?

A visão esplendorosa é impressionante, bela e provoca um arrepio. A imensidão que se desenha deixa-nos sem palavras e faz surgir questões sobre o Universo, seu formato, seu tamanho, o porquê de sua existência, como surgiu etc, e uma pergunta se apresenta: existe vida além da Terra?

As ciências têm tratado este assunto de maneira incansável, entre elas a astronomia e astrofísica. Vasculhando o cosmos novos planetas são localizados fora do nosso sistema solar. O velho fascínio pelo mistério da Criação intriga e instiga os cientistas e os místicos a se unirem para desvendá-lo. A vida é parte dos mistérios. Procura-se decifrá-la aqui e detectá-la no Universo.

A imensidão contemplada à noite compreende estrelas próximas, até onde pode alcançar a limitada visão humana. Esse espaço finito se torna infinito pelos olhos dos modernos telescópios terrestres e espaciais. Ainda não se tem a dimensão exata do tamanho (ou idade) do Cosmos que está em expansão. O número atual é 13 bilhões de anos-luz o universo visível.

Estamos sós? Avalia-se que no Universo existam aproximadamente 100 bilhões de galáxias. O número projetado de estrelas em cada uma das galáxias é de 100 bilhões.

O nosso Sol é uma estrela dentro da galáxia Via Láctea. Um sistema planetário. Dentre os planetas a Terra por sua localização em distância ao Sol, desenvolveu condições propícias, favoráveis para o surgimento da vida em sua superfície.

Na Via Láctea e em outras galáxias podemos supor que algumas estrelas se assemelham ao nosso Sol, com um sistema planetário bem semelhante ao nosso. Torna-se evidente a existência de condições à vida em algum outro planeta. ‘Negar esta evidência redundaria em dizer que Deus teria criado o universo para que só o planeta Terra fosse povoado por seres vivos, o que parece, senão absurdo, pelo menos muito restritivo’ Serge Toussaint, FRC, ou um tanto egoístico de nossa parte.

‘Assim como é em cima é embaixo’ e vice-versa. Perante a imensa massa de estrelas acima de nós temos o macrocosmo, o Sistema Solar em escala infinitamente menor é o microcosmo. E tudo o quê aqui acontece é reflexo do que acontece além. Certamente, se aqui a vida biológica surgiu no momento favorável para a formação das moléculas replicadoras, tal condição poderá acontecer ou já aconteceu em outros planetas. O mecanismo para laborar a vida será o mesmo em qualquer parte, assim como qualquer princípio das Leis da Física será o mesmo em qualquer ponto do Universo.

A possibilidade matemática das condições para vida extraterrestre é muito grande pela grandeza da Obra Cósmica do Grande Arquiteto do Universo, se tornando inegável, mas ‘não é de fato a existência dos extraterrestres que deve ser posta em dúvida, pois ela parece evidente com relação ao Universo é à razão pela qual Deus o Criou, a saber, servir de suporte para evolução da Alma Universal’ Serge Toussaint, FRC.

‘Na verdade, confiamos que na miríade de universos e astros existentes no Cosmos haverá locais adequados para a vida consciente e evoluída, como a que conhecemos. Permitindo que outras civilizações estejam convivendo conosco, embora à distância, no tempo e no espaço, muito grandes no momento atual’ Charles Vega Parucker, FRC.

A literatura e o cinema sempre tocam no assunto, proporcionando matérias excelentes como lazer, e ao mesmo tempo reflexivas. Será que por trás da ficção não se esconde uma realidade, uma verdade, recebida intuitivamente? Ou, não será que ainda ouvimos intimamente a canção da terra distante?

Assustamo-nos quando imaginamos como são os extraterrestres. Entretanto, a vida manifestada deve obedecer a arquétipos da Mente Universal, e dentro dos seus diversos estágios na escala evolutiva. Os seres vivos animais, vegetais e humanos alienígenas poderão ter uma grande semelhança daquelas que povoaram, povoam ou irão povoar o nosso planeta.

Também ficamos um tanto receosos por sua vinda até nós. Existe um fator complicador para uma suposta invasão, ele é a imensidão que nos separam dezenas, centenas e até milhares, milhões de anos-luz. As técnicas para vencermos tais distâncias só existem na concepção artística, especulativa, ainda longe de ser realidade pelo menos para a raça humana.

Acreditar na existência de outras civilizações extraterrestre não deve abalar nossas crenças religiosas e místicas. ‘Havendo vidas conscientes em outros planetas, estas deverão chegar às mesmas conclusões dos aspectos fundamentais que envolvem o surgimento do Universo e da vida inteligente’ um Mestre Rosacruz.

As nossas verdades sagradas foram inspiradas em Deus. Deverão as mesmas verdades incontestáveis para nós ir além do tempo e do espaço e estar presente em qualquer lugar, em qualquer civilização terrena ou extraterrena. Se as Leis Materiais, da física, química, nuclear, quântica etc tem sempre os mesmos princípios e apresentará resultados iguais não importa onde, as Leis Espirituais seguem a mesma lógica absoluta e imutável.

‘A verdade sempre será verdade, aqui na Terra ou em qualquer lugar desse Universo infinito’, antigo ditado místico. Quanto ao comportamento dos seres, assim como temos as diferenças entre nós nas maneiras de pensar, falar e agir; num variado leque de personalidades que, alimentam os mais variados desejos, o mesmo acontece em quaisquer civilizações. Se um dia, houver um contato entre nós e uma civilização extraterrestre que ela seja portadora da Luz, da Vida, do Amor e da PAZ. Assim devemos também proceder, formando uma grande fraternidade universal.


domingo, 23 de outubro de 2011


O TAMANHO DO NOSSO FÍSICO

“Porque eu sou tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...”
Fernando Pessoa, poeta.

Quais são o nosso tamanho e o espaço que ocupamos?

Ao nosso corpo físico está destinado um espaço físico proporcional ao seu volume, seu tamanho, certo. Mas, uma pergunta feita pela neurocienista Suzana Herculano-Houzel, Folha de São Paulo, Caderno Equilíbrio (11.10) nos leva a pensar: ‘você olha para sua pele e sabe que ali está o limite do seu corpo... Ou não?’

A resposta é desafiadora e intrigante: Não. O nosso ser físico não termina ali. Estende-se para mais alguns metros. Como?

A resposta dada pela ciência não é esotérica. Depois da pele o corpo físico se propaga, estende-se em pequeníssimas ‘partes’, como o nosso odor. São pequenas partículas que flutuam ao nosso redor como uma nuvem e que, podem sensibilizar outras pessoas através dos seus sentidos físicos. Analogamente, como somos capazes de sentirmos o cheiro de alguma comida a certa distância da panela. A comida não está delimitada pela panela, estende-se, ‘pedacinhos’ do alimento estão soltos no ar e atingem o olfato.

Nesse sentido trabalham em conjunto os órgãos sensitivos e o cérebro que, dá a dimensão ou o tamanho do objeto observado. Também, certos objetos mecânicos se tornam uma extensão do corpo físico, aumentando-o, como o nosso carro. Conseguimos automaticamente, quase instintivamente guiá-lo através de manobras precisas, cujo processo está sob o comando do cérebro.

Então, de alguma maneira o mundo científico exibe provas que ‘você não acaba na sua pele; há partículas de você ao seu redor, como uma nuvem, que já bastam para influenciar as pessoas mais sensíveis a você ao seu redor’ (Suzana).

Os místicos sempre acreditaram na existência de uma energia mais sutil em torno do corpo humano e de outros objetos, extensões da matéria. Esse campo de energia é denominado Aura, emana de certo ponto central, de dentro para fora das pessoas, objetos, de um grupo de pessoas, de um templo ou igreja.

Nada de sobrenatural, é uma energia regida por Leis Naturais, e o corpo humano funciona como um transmissor e receptador através da sua Aura. Por ser uma radiação muito sutil emanada da pessoa e que se propaga no ambiente formando um campo eletromagnético, basicamente a sua observação e percepção recaem sobre os efeitos causados no indivíduo, tendo o efeito de atrair ou de repelir.

Pessoas sensitivas conseguem ‘observá-la’ pela visão como formas coloridas. Tal fenômeno também pode ser ‘sentido’ por pessoas que estão com vibrações elevadas, ‘percebendo-a’ radiante, agradável e positiva. Ou negativa pelo mal-estar, repulsa ou antipatia causados.

Dependendo do estado de consciência em determinado momento, haverá alteração na Aura, podendo sair do negativo para o positivo ou vice-versa. Assim, ela não define o caráter de ninguém por ser mutável. Como prática salutar devemos sempre purificar e expandir a Aura, ‘pois uma Aura limpa e vibrante revela uma pessoa saudável e equilibrada’, um sábio rosacruz.

Pensamentos positivos e atos nobres, então!

(artigo publicado em 22 de outubro de 2011 - Jornal TÁ NA MÃO - Fernandópolis, SP.)



















terça-feira, 12 de julho de 2011


PÃO

Bendito pão nosso de cada dia,
Abençoado, benfazejo alimento,
Santificado pelas mãos do Mestre,
Presente na mesa de todos, é universal.
De vários formatos,
Tamanhos e cheiros.
Diversos sabores,
Diversas são suas cores,
Simples pão, grande pãozinho
Mais elaborado,
Magnificamente confeccionado.
Doce só ou doce com frutas
Ou o habitual salgado.
A receita não é segredo.
Há milênios,
Em algum instante no tempo,
Que ninguém consegue precisar.
Num laboratório alquímico foi manipulado,
E um rei nasceu para o mundo:
Água cristalina da fonte que traz a vida,
Farinha do trigo que dourou o campo.
Fermento mágico que o faz crescer.
Mãos poderosas, hábeis, amassam e o faz macio.
Fogo antigo, amigo, o assa e lhe dá cor,
Fazendo-o transpirar o cheiro inconfundível,
Característico, avisando a todos que está pronto
O pão novo.

Bendito pão que mata a fome,
Sacia a alma dos desesperados,
Lembra que a vida é um continuo retorno.
Bendito pão.
Bendito também aquele que o sabe repartir.
Amém!

publicado no livro "Porteiras" , pg. 69, maio de 2010 - Editora CBJE.