quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Escrever...ou a importância da criação artística...

'... Criar com as mãos mexe na capacidade de criar símbolos com ideias e percepção por meio dos sentidos. Se você faz alguma coisa à mão, desde bordado, tricô e desenho até um boneco de massinha, isso tem um impacto maior nas zonas de compensação no cérebro.' Elvira Souza Lima (pesquisadora em desenvolvimento humano) Revista 'Vida Simples' página 47 edição novembro/2015.


rabiscos - Celso Antonio.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015



Verso e Reverso

Não existe ponto de chegada
Assim como não existe o amanhã
Nem o passado
Existe sempre o momento presente
Existe sempre a eternidade.

Não existe ponto de partida
É sempre ida,
A todo instante
Existe sempre o momento presente
Existe sempre a caminhada.

Viver é a cada segundo
Que gotejam sem lógica
No nosso cálice que se enche aos poucos,
Gotas ora doce ora amarga,
Existir é viver em cada segundo
Uma existência sem medidas.

Existe um ponto de chegada
Assim como existe o amanhã
Existem o passado e o futuro
E também a caminhada.

Há sempre um ponto de partida,
Para cada ida haverá uma volta,
E serão sempre no tempo presente
No leito de pedras do caminho.

Respire todos os seus segundos
Saboreando o tempo do infinito
Fique repleto - é assim o viver.
Não há ida nem volta só o hoje.

(Celso Antonio, junho de 2014
)

domingo, 21 de junho de 2015

Ame o que te dói


Diga algo excitante
Ande ou deslize. Se salve
Naquilo que te constrói.

Não se faça hesitante
Você sabe onde está a chave
Da dor que te corrói.

Dê um passo para frente.
Não bata seus sentimentos na trave,
Batalhe e se transforme no herói.

Envolva suas emoções de maneira quente
Com carinho resolva qualquer entrave
E ame o amor que te dói!


(Celso Antonio)


quarta-feira, 17 de junho de 2015

Quarta-feira

Hoje meu vizinho
Cortou a grama
E um cheiro
De terra e capim
Espalhou-se no ar,
Um cheiro novo
De vida
Se agarrou
Ao verde cortado
Em mim
E em nós.

(Celso Antonio)


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

VIII (Cataventos)

Primeiro vento, na forma de brisas,
Mansamente se chegam e aconchegam
Nas folhas claras e inertes do catavento.

Vem não se sabe de que lugar
Traz consigo um doce cheiro
Fresco e suave de mato selvagem.

O sensível catavento o recebe
Deixa-o adentrar às suas folhas
E devagarzinho começa sua lida.

Rola, rola e o ventinho empurra.
Canta, canta tremendo,
Com medo de errar a música.

Depois, um vento mais ligeiro,
Avisa que algo mais forte virá.

E o vento mais forte chega se aconchega
Nas pazinhas coloridas do catavento
Que rola mais apressado e canta mais ritmado.

E no ritmo alucinado
Alguém suspira
E o vento para.

O catavento suspira
E vento espera.

(Celso Antonio, in 'Cataventos' 2014.)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Domingo


I


Domingo de todos os sinos
De todos os fiéis,
Igrejas, mesquitas, sinagogas.
Domingo da cidade vazia
Com os personagens em suas casas,
Casas vazias e personagens vazios.
Domingo de sossego e alegria.
Domingo nada mais que um dia.

Domingo que tem a força
De ser sentido na segunda,
Medido com amargura
Pela força do amanhã
Ser uma nova segunda-feira.

Domingo tem cheiro diferente, 
De uma grande alegria,
Pois é domingo.
Domingo de caminhar pelo campo
Domingo de vagar pela praça
De sentar vazio no banco
E olhar indiferente para o coreto
Vazio de tanta espera.
Domingo tão denso é
Que dá vontade
De nele flutuar

Em pensamento.

(Celso Antonio - janeiro de 2015)