quarta-feira, 11 de maio de 2011


PÔR-DO-SOL

I

Chega o fim do dia,
E uma doce melancolia
Invade o cenário, tudo começa
A se transformar em poesia.

O sol declina no horizonte,
Despede-se colorindo as nuvens,
O vermelho, o ouro, transbordam
Derramam-se enchendo o cálice da alma,
De estupor, de contentamento por tanta beleza,
De amor por uma coisa indescritível.

II

O sol lá no poente
Espicha aqui as figuras
Em sombras sobre a grama.
Quer esticar
Os últimos momentos
Do dia que finda.
Sombras douradas
Desenham-se no chão,
Raios de sol são
Coados por entre os ramos.
Sombras douradas
Que iluminam
Com cor de ouro a grama.
Sombras douradas
Que se dissolvem
Mansamente no ar
Fundindo-se,
Esculpindo o amanhã.


Celso Antonio dos Santos
Do Livro: Caminhos, Pôr-do-sol

domingo, 1 de maio de 2011




Caminhos


Caminhos deixam de existir se você deixar de pensar neles e se entregar com sofreguidão à volúpia de ter as coisas. O percurso a ser percorrido não será então, um caminho de livre escolha, de livre arbítrio, mas de cegueira e falta de lucidez. Não será um caminho para acompanhar e aconselhar, mas uma estrada difícil de se andar e de facilidades para se machucar e machucar alguém.

Os caminhos existem porque estamos conscientes de suas existências, e porque queremos que assim seja e que eles sejam assim como os construímos. O bom caminho se apresenta a todos aqueles que querem fazer bom uso da vida. Existe para aqueles que com sinceridade e amor no coração, conseguem ver mesmo na escuridão a beleza que emoldura as suas margens e calçadas. Mesmo nos momentos difíceis é fácil ver e se deliciar com suas cores e odores. 

Caminho é aquele que ensina, ampara, ajuda, esclarece, abraça, segura a mão, alivia a dor, mostra o real e o irreal, beleza...a qualquer momento.