terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

VIII (Cataventos)

Primeiro vento, na forma de brisas,
Mansamente se chegam e aconchegam
Nas folhas claras e inertes do catavento.

Vem não se sabe de que lugar
Traz consigo um doce cheiro
Fresco e suave de mato selvagem.

O sensível catavento o recebe
Deixa-o adentrar às suas folhas
E devagarzinho começa sua lida.

Rola, rola e o ventinho empurra.
Canta, canta tremendo,
Com medo de errar a música.

Depois, um vento mais ligeiro,
Avisa que algo mais forte virá.

E o vento mais forte chega se aconchega
Nas pazinhas coloridas do catavento
Que rola mais apressado e canta mais ritmado.

E no ritmo alucinado
Alguém suspira
E o vento para.

O catavento suspira
E vento espera.

(Celso Antonio, in 'Cataventos' 2014.)

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