quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

NATAL


      “Não se trata apenas da celebração tradicional do nascimento da Divina Criança, mas também do nascimento simbólico da Consciência Crística, ou Iluminação, em cada um de nós”, Nita Siegman, estudante rosacruz.

   
   A cada ciclo anual quando nos aproximamos do seu final, somos invadidos por uma antiga sensação interior e velhos odores externos, precisamente no mês de dezembro. Um clima agradável toma conta de todos e de tudo que se transformam e nos sentimos maravilhados, está chegando o dia do Natal. Essa sensação que nos acompanha desde criança sempre foge à compreensão, pois agimos racionalmente e não nos deixamos levar pelo lado mais sutil que, está além da nossa imaginação.

   Sentimos no ar que o mundo mudou, há esperança, fé, contentamento, felicidade e paz a nossa volta. É semelhante a um estado líquido no qual estamos mergulhados, a paisagem apesar de ser sempre a mesma do dia a dia, um tanto esfumaçada, se reveste com cores especiais, e as pessoas assumem uma expectativa de festas e paz. É a mágica do tempo de Natal.

   O Natal é sentido e vivido no mundo exterior (exotérico) da vida social e cultural e o no mundo interno (esotérico) dos sentimentos mais puros que carregamos, de reverência pelo lado Sagrado da data religiosa e mística, na qual se celebra o nascimento do Mestre Jesus, o Cristo, no dia 25 de dezembro.

   O simbolismo e os seus significados dessa data têm levado muitos estudiosos a se debruçarem na busca de seus verdadeiros sentidos que, se perderam através dos tempos à medida que se distanciava do cristianismo primitivo, ou do cristianismo puro ensinado pelo Mestre aos seus discípulos que, foram depois no decorrer dos anos seguintes, moldados às conveniências dos homens e suas vontades terrenas, mudando aspectos de uma história eterna e esquecendo-se os seus nobres valores propostos pelo Mestre.

   À medida que me intero dos diversos significados simbólicos do Natal, vejo-o na sua simplicidade e grandiosidade para a humanidade. Vejo a riqueza dos ensinamentos.

   O menino Jesus nasceu em Belém, em hebraico ‘beith-léhem’ que traduzido é ‘a casa do pão’. Disse o Mestre: ‘eu sou pão da vida... ’.

   Na narrativa do Nascimento as figuras dos magos, que a tradição popular elevou a condição de ‘reis’, pertenciam a uma casta sacerdotal, sabiam sobre medicina, astronomia (astrologia) e ciências divinatórias. Segundo o evangelista Mateus, eram estrangeiros de grande importância, cujo país de origem suscita discordâncias. Seus nomes foram-lhes dados pelo escritor inglês Beda (673-735 d.C): Gaspar, Melchior e Baltazar. São três pela tradição da igreja latina por causa dos presentes (ouro, incenso e mirra), contudo julga-se que eram doze, pelas igrejas sírias e armênias.

   Foram eles enviados secretamente por Herodes que, se sentia ameaçado pelo poder profético de um novo líder, para buscarem o local e quem era o menino, seguindo os sinais nos céus, pois ele também queria render suas homenagens e oferendas. Estes se encontrando com recém nascido, tomaram sabiamente outro caminho, da vida espiritual, não deixaram se enganar pelo fascínio materialista exercido por Herodes, nada lhe relatando.

   Os bens matérias oferecidos como presentes e sua interpretação usual: “ouro exprime confissão ao reconhecimento da realeza de Jesus, o incenso de sua divindade e a mirra de sua humanidade”, Carlos Torres Pastorinho.

   O mesmo escritor nos dá também o significado místico, mais profundo: “o ouro representa a Luz e, portanto a Sabedoria; o incenso é a devoção pessoal a Deus e aos homens, que espalha o ‘bom odor’ do espírito às criaturas; e a mirra é o consumir-se para beneficiar, isto é, sacrifício e renúncia ao próprio eu. No entanto, a sabedoria consagrada a Deus e consumida em benefício dos homens, trás sofrimento porque obriga a criatura a permanecer no cárcere da matéria; a mirra sugere o sacrifício e a renúncia total de todos os bens, inclusive do próprio eu personalismo”

   Assim deve agir o Novo Homem se quiser entrar o contato com o seu Eu Interior, seu Mestre ou seu Cristo Interno que nasce todo dia na manjedoura (coração) instalada em seu peito (presépio), recebendo a verdadeira Luz irradiada pelo Criador.

   Que a humanidade seja abençoada pela Luz e a Energia do Natal que nesta época pulsam sempre mais forte e poderosa. Pois ELE está entre nós.

FELIZ NATAL!

(artigo publicado no jornal Tá Na Mão, Fernandópolis, SP, Edição de Natal em 17 de dezembro de 2011)




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