quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

ANO NOVO E A FELICIDADE

A cada novo ano prometemos e esperamos por mudanças. Desejamos e recebemos votos de que ele seja repleto de felicidade, alegria, amor, saúde, paz e prosperidade. Uma vida feliz.

Não bastam somente os votos recebidos são necessários nossa vontade e merecimento para tê-los como realidades em nossas vidas. Eles não virão a nós por si só ou num passe de mágica.

Cosmicamente está decretado que nascemos para sermos e estarmos felizes sempre. Mas, a Felicidade tem que ser buscada. Essa busca é própria de todos nós independente da raça, religião, cultura ou classe social. “A busca da felicidade é parte integrante da natureza humana e se confunde com o instinto de sobrevivência” explica Serge Toussaint. Mas, o caminho é individual e o faremos bem se estivermos sozinhos. “Para mim o próprio objetivo da vida é perseguir a felicidade. Isso está claro. Se acreditamos em religião ou não; se acreditamos nesta religião ou naquela; todos nós estamos procurando algo melhor na vida. Por isso, para mim, o próprio momento da nossa vida é no sentido da felicidade...” S.S. Dalai Lama.

Onde encontrar a felicidade? sua natureza é material ou uma essência?

Conta uma lenda antiga que os deuses se reuniram e resolveram criar o homem e a mulher inspirados nas imagens deles próprios. Aí um deles disse: ‘se vamos criá-los a nossa imagem e semelhança, corpo e inteligência iguais a nós, então, estaremos criando novos deuses. Temos que pensar em algo que nos diferencie. Temos que tirar algo deles. ’

Pensaram muito e concluíram que deveriam tirar-lhes a Felicidade. ‘tiraremos a felicidade e a esconderemos na montanha mais alta’. Alguém disse: ‘não adianta, a eles daremos força, um dia um deles escalará a montanha e a encontrará. ’ ‘que tal no fundo do mar?’ sugeriu outro. ‘também não é um bom lugar, com a inteligência dada algum sábio fará uma máquina de submergir e a resgatará. ’ ‘em um planeta distante?’ ‘não, a curiosidade os levará a ultrapassar os limites estabelecidos e construirão uma máquina de voar. ’

De repente o único deus que permanecera calado falou: ‘creio que já sei onde devemos esconder a Felicidade. Num lugar onde eles nunca descobrirão. ’ Espantados todos o encararam perguntando: ‘onde?’ A resposta foi: ‘dentro deles, passarão a vida inteira procurando-a lá fora e nunca a encontrarão. ’

Conclusão: o homem passa a sua vida procurando a felicidade ao seu redor sem saber que ela mora dentro dele.

Na vida o contentamento e a alegria são difíceis de manifestarem por estarem soterrados pelas emoções negativas: ciúme, inveja, raiva, medo etc. Com tais emoções construímos muros, muralhas que nos aprisionam, nelas erradamente muitos se fecham em uma vida amarga e triste.

Pema Chödrön, monja budista, em seu livro ‘Os lugares que nos assustam’ relata que a felicidade deve ser cultivada, que a vida deve ser trabalhada como um jardim, no qual veremos nascerem flores onde antes existiam somente pedras. Nas dificuldades do cotidiano devemos sempre nos regozijar com as pequenas dádivas da vida. Comportamo-nos como cegos e não vemos a nossa própria sorte, não agradecemos aquilo que recebemos ‘a felicidade chega tão de mansinho que nem mesmo a notamos’ diz ela. Estamos preocupados demais com o quê não temos ou não somos.

O segredo é estarmos sempre conscientes e gratos à vida normal, ligados no momento presente e atentos aos detalhes por menores que sejam. ‘Ao cuidarmos de coisas normais – nossos potes e panelas, nossas roupas, nossos dentes -, nós nos rejubilamos com elas. Quando lavamos um legume, ou penteamos nosso cabelo, estamos expressando apreciação: amizade para conosco e para com a qualidade viva que se encontra em tudo. Essa combinação de consciência plena e reconhecimento nos conectam totalmente com a realidade e nos traz alegria’ (Pema Chödrön). E a partir desse entendimento pessoal é que adquirimos um reconhecimento maior daquilo que nos cerca, a natureza e as pessoas.

Sabemos que as emoções negativas são destrutivas e impeditivas para uma vida alegre. Devem ser abandonadas ou transmutadas em emoções positivas, aquelas que realmente constroem uma vida feliz e saudável. Se cultivar rancor ou inveja em relação a uma pessoa, basta uma só, jamais encontrará a verdadeira felicidade, temos que aceitar e nos alegrar com a felicidade dos outros.

A essência da verdadeira felicidade só será encontrada quando também procurar a sua conexão com o seu lado divino, momento da procura do verdadeiro significado da vida ou o profundo sentido de sua existência terrena.  Estaremos na busca da felicidade que transcende este plano.

Assim ‘no absoluto podemos dizer que a felicidade é o estado ideal que todo indivíduo vive quando está feliz em todos os planos do seu ser e em todos os aspectos da sua vida’. Caso contrário, viveremos apenas momentos de felicidade, isto é, prazeres e alegrias temporários. A felicidade plena nos faz entender e amar a vida presente, nosso suporte terreno para a nossa evolução espiritual.

Que 2012 seja um ano repleto de vibrações felizes! FELIZ ANO NOVO!

(texto publicado em janeiro de 2011, no Jornal Tá Na Mão)


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