O quadro
Um copo de bebida sobre a mesa
Repousando ao seu lado
Uma flor e uma carta.
É uma figura dentro da gravura
Perdida e esmaecida
Procurando explicações
Para coisas que vem do coração.
Se sente perdido dentro da pintura
Colocada na mesa de frente
Para a rua da saudade.
Da flor consegue sentir o perfume
Saber a cor e a textura
Da carta fechada lacrada
Não sabe o que contém
Mas um alerta lhe diz
Que é uma má noticia aguardada.
Não se arrisca
Sair da gravura em que está
Prefere ficar quieto como a paisagem
A ela mistura num doce encanto
De que se está perdido.
Pega a flor e a coloca no bolso
Pega a carta e a dobra
E a deixa exposta sobre a mesa
Prefere a certeza de não saber
E sai de cena tranquilo
Deixando a pintura sem cor.
Igual a uma rosa vermelha
Entre outras rosas vermelhas
Estamos todos esperando
Perdidos entre folhas e espinhos.
Esperando sempre alguma coisa
(Celso Antonio dos Santos.
janeiro de 2012.)
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