sábado, 21 de janeiro de 2012


DOMINGO

I

Domingo de todos os sinos
De todos os fiéis,
Igrejas, mesquitas, sinagogas.
Domingo da cidade vazia
Com os personagens em suas casas,
Casas vazias e personagens vazios.
Domingo de sossego e alegria.
Domingo nada mais que um dia.

Domingo que tem a força
De ser sentido na segunda,
Medido com amargura
Pela força do amanhã
Ser uma nova segunda-feira.

Domingo tem cheiro
Diferente de uma grande alegria
Pois é domingo,
Domingo de caminhar pelo campo
Domingo de vagar pela praça
De sentar vazio no banco
Olhar indiferente para o coreto
Vazio de espera.
Domingo tão denso é
Que dá vontade
De flutuar
Em pensamento.

(do livro Catavento / Celso Antonio dos Santos / 2012)


Nenhum comentário:

Postar um comentário