domingo, 13 de novembro de 2011


‘A arte é uma colaboração entre Deus e o artista, e quanto menos o artista participar melhor’. André Gide.

O ser humano é criativo, somos mestre na arte de criar. Alguns poucos se apercebem de seus dons, enquanto a grande maioria não e sofrem por isso. Somos todos criativos, onde viver, por si só, já exige criatividade a todo instante no aqui e agora, embora não percebamos. Fazemos escolhas para cada situação apresentada pela vida, temos que ser criativos nas escolhas, precisamos saber escolher a melhor.

‘O ser humano é artista atuante no palco da vida’ Ana Gomes, estudante rosacruz. A todo instante cria pontes para o futuro, existe para tanto uma sublime ligação com a Fonte Infinita, um verdadeiro arquivo de tudo existiu, existi e existirá. Vêm desta conexão os lapsos criativos, é quando nascem as obras de artes: poesia, escultura, música, arquitetura, engenharia, literatura etc.

O ser humano ainda não atingiu a sua forma final, ele é um ser em constante transformação, uma ‘obra inacabada’, habitando um mundo que também muda à medida que surgem novas ideias criativas e construtivas. As evoluções do homem e do mundo se iniciaram nos primórdios da humanidade, quando nossos antepassados habitavam nas cavernas. As provas estão representadas nas pinturas pictóricas feitas nas rochas das paredes das grutas. ‘Por volta do ano 40.000 a.C, durante o Paleolítico Superior, os seres humanos realizavam suas primeiras incursões artísticas como, por exemplo, as pinturas rupestres’ José Eliézer Mikosz, estudante rosacruz. Apesar da rusticidade, primitivismo, elas são consideradas as primeiras obras de artes da humanidade. Os primeiros lampejos da criatividade ali estão, são eles os registros na máquina do tempo da história humana.

O vocábulo criatividade tem na sua formação a raiz latina ‘creare’ – ‘dar a luz, engendrar, produzir e pode ser considerada mágica’. O ser criativo está sempre processando uma energia subconsciente que é geradora de um produto final, às vezes, invisível, ou seja, ele era impensável, mas seu talento ou seu dom transforma essas energias em objetos no mundo da matéria, assim como um marceneiro ‘cria’ da madeira bruta os seus artigos ou utensílios. Ou, como o que escultor ‘liberta’ do bloco de mármore um anjo ou um rosto. Sabia conscientemente em seus pensamentos criativos o que procurava sem, contudo saber a sua forma real no mundo objetivo. Aristóteles sabiamente dizia que ‘a finalidade da arte é dar corpo à essência secreta das coisas, não é copiar sua aparência’.

O artista em contato com a Fonte sentirá que tal ‘atividade pode inundá-lo com um sentimento de prazer e felicidade de ter feito um trabalho bem feito’, um mestre rosacruz. Verá no seu trabalho final uma obra de arte, a qual por ser de natureza construtiva existe nela uma essência emanada de algum lugar, um nível superior que a torna perfeita. E que tal energia, ou essência passou por ele que a trabalhou com grande prazer. Às vezes alguns artistas encontram o verdadeiro êxtase dentro do seu processo criativo, conseguindo isolar-se completamente. Sentiu que esteve unido com uma Inteligência Superior, Cósmica. É dessa relação que se diz que a arte tem e é uma estreita relação entre Deus e o artista. Ou, Deus trabalhando no mundo da matéria pelas mãos dos homens. ‘O simbolismo e as artes visuais têm sido usados como um meio de ligação ao espiritual desde a mais remota antiguidade’ José Eliézer Mikosz. Conseguem o autor e sua obra expandir mais Luz e mais esperanças para as pessoas. Quem nunca se sentiu ‘tocado’ por uma obra de arte? Se ainda não, experimente ter uma relação mais atenta, mesmo que seja uma simples gravura, uma boa música, uma escultura etc. deixe-se sentir essa atração.

A lei suprema da arte é a representação do belo’, frase de Leonardo da Vinci.  Em qualquer obra a arte deve, como em sua definição primeira, ser aquilo com o que se deseja exprimir, ou fazer manifestar de maneira perfeita a representação do belo. Essa manifestação artística tem que ser envolvente e ‘causar no ser humano um estado de sensibilidade e de atenção ligado ao prazer estético’ – Serge Toussaint, estudante rosacruz, existe uma ligação sensitiva prazerosa na percepção daquilo que é belo, bonito, ou que atenda a nossa noção de beleza dentro do padrão de estética estabelecido.

‘A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível’. Leonardo da Vinci – sintetiza a resposta quando queremos decifrar de maneira racional uma obra. A maneira de se penetrar em uma obra para senti-la em toda a sua grandeza é deixar-se envolver, deixando a mente focada somente no objeto e de preferência perder aos poucos o contato físico com o ambiente ao redor. Somente assim poderá ser captado num vislumbre aquilo que o artista quer dizer, só o nosso eu interior é capaz dessa sintonia fina que poderá dar o significado impresso e exprimido pelo artista.

Certa vez um artista indagado sobre o quê queria dizer com sua obra, respondeu que aquilo que queria dizer era exatamente o que estava representado ali.

Mas também há de ver que certas obras e artistas tentam passar um tom falso. Atualmente vemos florescer pseudos-artistas e obras. Pois, não atendem ao princípio de que arte é representativa da beleza, se preocupam apenas com os modismos passageiros ou formas de expressão criando algo distante do padrão estético, para ser definida como arte. ‘Barulho não é música; borradela não é pintura; trituração não é escultura; pulação não é dança’. Serge Toussaint, estudante rosacruz. Tratam de obras em que só há a participação do homem.


 (artigo publicado no Jornal Tá na Mão -  Fernandópolis - SP - em 21 de agosto de 2011,)



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